Roberta Flack


As minhas memórias são essencialmente de músicas e cantores que fizeram parte da minha adolescência no que concerne ao som ouvido nos bailaricos. Lá longe onde o sol castiga mais, tanto se ouvia um Otis, como um Roberto, uma Aretha Franklin, como o Los Bravos, um Tom Jones, ou uma Janes Joplin. Não tinha cultura musical (como ainda hoje não tenho) nem seguia este ou aquele estilo musical (a maior quantidade de LP's que tenho, cerca de 20, são da orquestra James Last). Revia-me em todos os estilos, pois o importante era quando a música tocasse, pegar na garina e dar um passo de dança, num slow ou nos movimentos frenéticos de um twist.

Não havia tempo para cultos ou seguidor deste(a) ou daquele(a) cantor(a). O trabalho e os estudos ocupavam a maior parte do tempo e era aos fins-de-semana que a música nos bulia os sentidos e as paixões, nas muitas coletividades daquela terra vermelha. Depois era chinelo no pé, toalha ao ombro e um mergulhar nas águas cálidas do Atlântico que mareava naquela areia das praias morenas.

Por isso os êxitos eram os que nos ficavam no ouvido e eram os mais tocados pelos conjuntos que atuavam nessas coletividades. Nas farras de quintal eram "os redondos" (discos) que faziam a nossa delícia. Cada um trazia as canções de sucesso do momento e até o sensual "Je t'aime moi non plus" era tocado o que parece que por aqui era proibido na época; mas há-de chegar a altura da Jane Birkin e dos seus suspiros com o Serge Gainsbourg.

Desta vez a minha atenção está focada numa cantora que faz parte desse meu imaginário, Roberta Flack e o seu "Killing Me Softly With His Song"

Esta canção foi o seu maior sucesso e era uma das mais tocadas nesses nossos recantos.

Roberta Flack nasceu na Carolina do Norte em 10 de fevereiro de 1937. Cantora considerada uma cantora soul também tocava, no seu piano e cantava, outros géneros musicais, Jazz, folk, R&B.

Para recordar esta cantora e voltar ao tablado de muitas danças e sonhos, "morrendo" suavemente ao som desta belíssima interpretação.